
Este artigo tem como objeto de estudo o período da ditadura militar que ocorreu no Brasil nos anos de 1964 a 1985. O objetivo é analisar e discutir as causas que levaram um grupo de freis da Ordem dos Dominicanos a se opor ao regime militar brasileiro, inclusive auxiliando o grupo ALN (Aliança Libertadora Nacional). Para isso é necessário primeiramente entender como estava estruturada a Igreja Católica no Brasil na década de 1960 e quais eram as suas relações com o poder. Também é preciso salientar que atuação política e social dos dominicanos no país, não se deu apenas a partir do golpe militar, na verdade muitos de seus membros eram oriundos de grupos como o Ação Católica, que foi criado ao final da década de 1940, onde já se pode observar o início da divisão no catolicismo brasileiro. Dentro da esquerda católica, esses frades podem ser vistos como uma dissidência, pois eles foram os únicos ligados diretamente à Igreja que se envolveram com um movimento guerrilheiro e por isso tiveram tanta importância na história brasileira.
O Papel da Igreja na Ditadura Militar
O episcopado brasileiro foi um forte opositor ao governo de João Goulart. O principal medo da Igreja Católica era a reforma agrária e também a implantação do regime comunista no país. Um dos membros católicos mais entusiastas em relação ao golpe militar foi o padre Paulo Evaristo Arns[1] que se deslocou até o Rio de Janeiro para dar a bênção às tropas do general Olímpio Mourão Filho, em 1964. Após dois anos do golpe, o padre foi promovido a bispo e assumiu o cargo de arcebispo de São Paulo.
Mesmo sabendo da prisão de religiosos e padres católicos que vinham ocorrendo desde o começo da ditadura militar, a Igreja não se envolveu e não procurou conhecimento sobre as prisões, pois “o ativismo dos religiosos brasileiros não irritou somente o regime, mas também os membros dos setores mais tradicionais da Igreja”[2], que não queriam se opor ao governo, pois desejavam recuperar o espaço político que tinham perdido durante a vigência dos governos populistas[3].
Contudo, as mudanças da Igreja Católica começaram a ocorrer e não havia como ter o controle disso. Em 1950, a Igreja já possuía divisões ideológicas e a partir deste ponto começam a surgir grupos de jovens católicos que recrutavam outros jovens para se reunir e debater sobre as questões sociais. Existiam alguns grupos como: Ação Católica, Juventude Católica e Juventude Agrária Católica.
A Hora e a Vez dos Dominicanos
A Ordem dos Dominicanos pensava e agia de forma diferente em relação ao golpe militar. Antes mesmo deste período, os dominicanos já possuíam uma tradição de militância política fora do país, como por exemplo, na Polônia, quando ocorreu a Segunda Guerra Mundial, eram os freis dominicanos que auxiliavam os refugiados a se esconder das autoridades nazistas. Na opinião de Frei Betto esse era um dos trabalhos dos dominicanos, abrigar os perseguidos políticos em locais seguros, dentro de sua condição de religiosos e ajudando, sobretudo, pessoas sob risco de prisão, de tortura e morte. (BETTO, 1982).
A participação política mais efetiva dos dominicanos na sociedade brasileira começou em 1950, com o Ação Católica. Jovens católicos faziam parte deste grupo que era um conjunto de movimentos criados pela Igreja Católica no século XX, visando ampliar sua influência na sociedade, através da inclusão de setores específicos para o fortalecimento da fé religiosa com base na Doutrina Social da Igreja[4].
No Brasil, os dominicanos tinham a mesma orientação dos frades de outros países: dar refúgio e ajudar os perseguidos pela repressão militar. Por esse motivo, após o primeiro ano do golpe, o governo chegou a cogitar a expulsão desses religiosos do país. Um grupo de quatro dominicanos tinham a participação mais ativa e comandavam algumas operações contra os militares, eram eles: Carlos Alberto Libânio Christo (Frei Betto), Fernando de Brito (Frei Fernando), Ivo Lesbaupin (Frei Ivo) e Tito de Alencar Lima (Frei Tito).
Grande parte dos frades dominicanos moravam em conventos, em diversas cidades do país. Os freis destacados acima localizavam-se na cidade São Paulo e estudavam na USP (Universidade de São Paulo). Apenas Frei Tito que viera do Ceará. Uma liberdade que essa ordem permitia, era o regime de externato, pois outras ordens religiosas tinham o regime de internato. Os freis tinham várias formas de tirar seu sustento, Frei Betto, por exemplo, trabalhava no extinto Jornal da Tarde e era assistente de produção em um teatro.
Durante a ditadura militar, o convento dos dominicanos foi invadido diversas vezes pela polícia e a primeira invasão ocorreu dois dias depois do golpe militar, em um convento de Juiz de Fora, Minas Gerais. A justificativa dos policiais era a suspeita de atividades subversivas feitas pelos dominicanos. Essa perseguição exacerbada dava-se porque os freis foram um dos primeiros grupos a se opor diretamente contra o governo, obviamente não de forma explícita, mas buscando ajudar os procurados políticos.
Com o decorrer do tempo, todos os grupos que faziam oposição ao governo (grupos ligados ou não à Igreja Católica), já sabiam da atuação dos dominicanos junto aos refugiados políticos. Foi desta forma que uma importante aliança surgiu: os dominicanos e Carlos Marighela[5].

Em 1967, aconteceu a primeira reunião de Marighela e os freis. O encontro foi marcado no convento, em São Paulo, naquele momento, o guerrilheiro apresentou-se como: “um professor interessado em conhecer melhor a renovação da Igreja Católica” (BETTO, 1982, p. 65).
O encontro com o professor fora marcado a pedido de João Antônio Abi-Eçab, colega do Frei Osvaldo na faculdade onde estudava. O professor, alto, corpulento, pele morena escura, boca larga e faces alongadas, dizia-se marxista e fazia-se chamar pelo nome de ‘Menezes’. A conversa girou em torno da história da Igreja e da visão política e social dos cristãos. Ao despedir-se, o professor entregou-nos um embrulho em papel cor-de-rosa: - São uns livrinhos que andei escrevendo – disse em um tom de inusitada modéstia. (BETTO, 1982, p. 65 e 66).
Os dominicanos identificaram ao ler o conteúdo dos livros que se tratava das obras de Carlos Marighela. A partir deste dia, os freis aproximaram-se do guerrilheiro e também do grupo ao qual o mesmo liderava: ALN (Aliança Libertadora Nacional). O apoio que o grupo de Marighela deseja dos freis era logístico. A ALN propunha: derrubar a ditadura militar, formar um governo revolucionário do povo, expulsar do país os norte-americanos, expropriar os latifundiários, melhoras as condições de vida dos operários (BETTO, 1982).
A repressão policial aumentou no ano de 1968, os religiosos dominicanos decidiram que não era mais viável denunciar as injustiças do governo publicamente e resolveram agir de forma clandestina. Os freis Tito, Osvaldo, Ivo, Betto e Fernando marcavam os encontros secretos com Marighela e ajudavam o líder guerrilheiro em suas operações por todo o país, para esconder refugiados políticos em alguns conventos onde os freis tinham contatos de confiança.
Em 1969, Carlos Marighela pediu novamente a ajuda dos freis, pois sabia que Frei Betto, estava viajando para o Rio Grande do Sul para se esconder da polícia de São Paulo. Lá, Betto ficaria alojado em um convento de jesuítas, onde continuaria a estudar teologia. Marighela solicitou que ele ajudasse alguns perseguidos políticos a fugirem para o Uruguai, o frei aceitou prontamente o pedido. A maioria das pessoas que estavam sendo procurados pela repressão eram do meio estudantil. Um dos primeiros jovens que Betto ajudou foi um colega de Frei Ivo, que era estudante da USP.
Desde o começo da ditadura militar, os dominicanos estavam sob a mira da polícia, mas até então, nunca tiveram motivos suficientes para levar os frades à prisão. No ano de 1968, com o enrijecimento do regime, os religiosos passaram a ser constantemente monitorados pelos órgãos de repressão, que eram feitas através de escutas telefônicas e de agentes que frequentavam as missas no mosteiro dos dominicanos para verificar o conteúdo dos seus sermões.
Foi através de um agente do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) que se infiltrou na ALN, que o delegado Sérgio Paranhos Fleury[6], descobriu a ajuda que os padres dominicanos estavam dando para os grupos contrários aos militares. Os primeiros frades presos foram: Fernando e Ivo. Os dois foram levados ao Cenimar (Centro de Informações da Marinha), onde passaram por interrogatórios e seções de choques elétricos e pau-de-arara. A prisão dos dominicanos fazia parte de um plano do delegado Fleury para prender Marighela e assim acabar com a ajuda que os membros da Igreja davam ao movimento revolucionário. Além das torturas, os freis eram submetidos a ofensas para descredibiliza-los moralmente, como afirma Fico: “Padres e bispos eram acusados de romper o celibato eclesiástico”, (FICO, 2004, p. 179).
No final de 1969, Carlos Marighela foi morto numa emboscada feita pelo delegado Fleury, os dominicanos foram levados a público pelas autoridades e vistos à imprensa como colaboradores da morte do líder guerrilheiro. Os movimentos religiosos de esquerda e a esquerda como um todo, consideraram os dominicanos como traidores.
No mesmo ano da morte de Marighela, Frei Tito, foi preso em São Paulo. Ficou detido e entregue ao delegado Fleury. Na prisão sofreu todos os tipos de tortura: cutiladas, choques, foi sentado nu em uma cadeira de metal eletrificada. Tito sofreu ainda, todas as ofensas religiosas, massacre sexual, queimaduras de cigarro, tapas simultâneos com as duas mãos nos ouvidos, pau-de-arara e pauladas (Duarte-Plon; Meireles, 2014).
O último frei a ser preso foi o Betto, que fugiu do convento dos jesuítas que estava morando, São Leopoldo e foi para Porto Alegre. Lá, com a ajuda do padre Manoel e o padre Marcelo, antigos amigos de Betto, conseguiu se esconder da polícia por mais um tempo em um sítio. No sítio, Frei Betto tinha a companhia de um casal de caseiros da propriedade. Nesta altura, todos os noticiários estampavam o rosto de Frei Betto e a imprensa divulgava a Operação Batina Branca:
No sítio, os jornais me pesavam a mão, magoavam os olhos e dilaceravam o coração. As prisões multiplicavam-se em São Paulo. No sul, a repressão já conhecia todo o esquema de fronteira, inclusive como as pessoas saíam do país. Através da montagem dos fragmentos de informações obtidas de pessoas presas, e dos papéis encontrados no meu quarto, levantou-se como me chegava a correspondência, como eu encontrava os refugiados, a ida de Frei Ivo a São Leopoldo, a passagem de Câmara Ferreira (BETTO, 1982, p. 162).
O caseiro do sítio convenceu Frei Betto de que aquele lugar estava visado para a sua permanência e lhe propôs outro lugar para ficar, mas era uma emboscada, pois o caseiro decidiu entregar Frei Betto aos policiais, estava com medo de dar guarita ao frei, depois de todas as notícias que acompanhara na televisão e nos jornais. Frei Betto foi entregue ao coronel Moreira e ao major Attila, do serviço secreto do Exército.
Após a prisão dos dominicanos, Frei Betto, Frei Ivo, Frei Tito e Frei Fernando, todos foram condenados há 4 anos de prisão. Cumpriram a pena na penitenciária de Presidente Venceslau, em São Paulo.
Frei Tito foi um dos 70 presos políticos trocados pelo embaixador suíço Bücher, sequestrado por guerrilheiros, em 1971. Deportado para o Chile, seguiu para a Europa. Mesmo depois de exilado em Paris, a receber total apoio dos dominicanos, Frei Tito jamais se recuperou emocionalmente. Enforcou-se aos 29 anos, em 10 de agosto de 1974, enlouquecido pelos traumas das torturas que sofreu. Antes de morrer, escreveu a frase: “É melhor morrer do que perder a vida”. Frei Osvaldo exilou-se em Paris. Anos depois abandonou a vida religiosa e casou. Só voltou ao Brasil, em 1999, já descasado e foi readmitido na Ordem dos Dominicanos.
Frei Ivo após sofrer diversas torturas passou por terapia durante 7 anos. Deixou a Ordem dos Dominicanos em 1977. Fez mestrado em Teologia na PUC, no Rio de Janeiro. Continuou os estudos na França, onde terminou o doutorado. Atualmente presta assessoria a movimentos sociais no ISER (Institute for Social and Economic Research) e também coordena o núcleo de pesquisa da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) sobre prefeituras democráticas populares. Frei Fernando continua sua missão sacerdotal na cidade de Sítio do Conde, na Bahia, onde desenvolve projetos culturais junto aos jovens, procurando oferecer uma ocupação e um novo sentido para suas vidas através da arte. E por fim, Frei Betto...
Frei Betto: Dominicano , Jornalista e Assessor Político
A complexa relação que se estabelece entre a fé cristã e a ação política de Frei Betto o levou há vários caminhos. Depois que saiu da prisão, foi para Vitória, onde ajudou D. Luís Fernandes a organizar as comunidades de base. Em 1979, voltou para São Paulo, onde organizou a Pastoral Operária na Diocese de Santo André. Frequentando a região do ABC paulista, conheceu Lula, na época, líder sindical, de quem ficou amigo.

Frei Betto nunca se filiou ao PT (Partido dos Trabalhadores), mas foi um dos apoiadores do partido. Em 2002, com a eleição de Lula para a Presidência da República, foi convidado para ser assessor político do Programa Fome Zero. Porém, em 2004, descontente com os rumos do governo, que não cumpriu a promessa de mudar a política econômica neoliberal de FHC (Fernando Henrique Cardoso), Frei Betto deixou o governo de Lula.
Além de toda a sua militância e dos trabalhos que exercera ao longo de sua história como jornalista e até mesmo assistente de teatro, Frei Betto, escreveu mais de 60 obras. Recentemente, publicou um livro de análise sobre o poder político, intitulado A Mosca azul. Ganhou diversos prêmios, como por exemplo: Prêmio Juca Pato, 1985, com "Batismo de Sangue", Troféu Paulo Freire de Compromisso Social em 2000, Prêmio Paolo E. Borsellino, na Itália, por seu trabalho em prol dos direitos humanos. Foi o primeiro brasileiro a receber o prêmio, concedido em maio de 1998. Atualmente, reside em um convento na cidade de São Paulo e escreve para veículos de comunicação, como por exemplo, para o jornal de sua terra natal, o Hoje em Dia, de Minas Gerais.
Conclusão
A participação dos frades dominicanos na política do Brasil como já citado neste artigo não se dá apenas após o golpe militar, ela é anterior a isso. Pela formação desses religiosos se darem dentro dos grupos da Ação Católica, por exemplo, é de lá que eles tiraram o seu referencial e o seu posicionamento político. Os grupos católicos ligados à esquerda política, já vinham fazendo mudanças na Igreja Católica, padres da baixa hierarquia já pregavam sobre as questões sociais em seus sermões.
Com o começo da ditadura militar, esses grupos foram cada vez mais reprimidos pelo governo e por isso atuavam clandestinamente. A Ordem dos Dominicanos, apoiavam à ALN, com o objetivo de derrubar o regime militar, para que fosse possível construir uma sociedade justa e igualitária. Os frades acreditavam que esse era o dever da religião, estar a serviço dos pobres e também dos oprimidos mesmo nos casos mais extremos, tanto que esses freis entendiam a crítica de Karl Marx à religião como algo positivo, pois para a Igreja não ser o“ópio do povo” era necessário que ela não somente alertasse seus fiéis referentes aos problemas políticos e às questões sociais, mas que também lutasse junto com o seu povo pela justiça social.
Para concluir, é importante reconhecer a participação de membros da ordem dominicanos na resistência ao regime militar, pois eles foram um dos primeiros grupos católicos no Brasil a terem uma postura mais radical ligada à esquerda e consequentemente acabaram influenciando muitos outros membros da Igreja Católica no Brasil que vieram a atuar no cenário político posteriormente.
[1] O padre Paulo Evaristo Arns mudou sua postura logo após a morte do jornalista Vladimir Herzog. Começou a denunciar os abusos dos militares e criou a Comissão de Justiça e Paz. Abraçou também o projeto Brasil: Nunca Mais, que evitou o sumiço de milhares de documentos fundamentais para contar a história daquela época.
[2] HISTÓRIA VIVA. Temas Brasileiros: A Igreja Católica no Brasil: Fé e Transformações. Edição especial temática nº São Paulo: Duetto, 2007, p. 17-19.
[3] Governos populistas são governantes que utilizam vários recursos para obter apoio popular. Com linguagem simples, abuso de propaganda pessoal e declara ser diferente dos outros políticos. É mais comum encontrarmos governos populistas em países com grandes diferenças sociais, onde existe mais pobreza e miséria.
[4] A Doutrina Social da Igreja (DSI) é o conjunto dos ensinamentos contidos na doutrina da Igreja Católica e no Magistério da Igreja Católica, com numerosas encíclicas e pronunciamentos dos Papas inseridos na tradição multissecular, e que tem origens nos primórdios do Cristianismo.
[5] Carlos Marighela foi um importante personagem na ditadura militar. Foi político e guerrilheiro, um dos principais organizadores da luta armada durante a ditadura, tendo em vista a implantação de um regime comunista. Chegou a ser considerado o maior inimigo dos militares.
[6] Sérgio Fernando Paranhos Fleury foi um dos policiais que atuou como delegado do DOPS de São Paulo, durante a ditadura militar ficou conhecido por sua persistência ao perseguir os opositores do regime. Foi acusado pelo Ministério Público pela constância na prática de tortura e homicídios contra os opositores do golpe de estado.
REFERÊNCIAS
BETTO, Frei. Batismo de Sangue. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 4ª ed., 1982.
DUARTE-PLON, L; MEIRELES, C. Um Homem Torturado – Nos passos de frei Tito de Alencar. São Paulo: Editora Civilização Brasileira, 2014.
FICO, Carlos. O Brasil Republicanos: o tempo da ditadura. Rio de Janeiro: Record, 2004.
LESBAUPIN, Ivo. Revoluções. Disponível em< http://revolucoes.org.br/v1/conferencia/freibetto-por-ivo-lesbaupin > Acesso em: 02 mai. 2015.
NICOLINA LUIZA. EDUARDO APARICIO BAEZ. História – Uma Abordagem
Integrada. São Paulo: Editora Moderna, 1999. 266 p a 269.
TOLEDO, Caio Navarro (org.). 1964: visões críticas do golpe: democracia e reformas no populismo. Campinas: Editora da Unicamp, 1997.
Greyce Bazotti Graduada em Filosofia pela Universidade Metodista de São Paulo Graduada em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo