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Exposição - Raízes Vermelhas

Foto do escritor: Bandeira Vermelha Bandeira Vermelha

Dia 25 de março acontece a inauguração da Exposição Raízes Vermelhas dos artistas Daniel Camatta e Rodrigo Silva com curadoria de Milca Ceccon. No dia haverá pocket shows das bandas Denis Grilo e os Gafanhotos e Krias de Kafka no Espaço Gambalaia, que fica na Rua das Monções, número 1018, em Santo André, no ABC Paulista. A exposição permanecerá aberta a visitação até o dia 07 de maio.

"Esta exposição explicita o diálogo entre Arte e Política, caminhando juntas de maneira que nenhuma se sobrepuje a outra. Em Raízes Vermelhas Daniel Camatta e Rodrigo César da Silva expressam por meio da linguagem pictórica seu grito contestador: expressão contextualizada diante de uma história que foi direcionada, manipulada, ocultada, romanceada pelos livros didáticos e desqualificada pela mídia, responsável pelos discursos rasos e vazios de muitos.

Neste cenário cada vez mais caótico, em que o senso crítico individual muitas vezes é negado à população, urge a provocação que aqui se instaura nas telas de Daniel Camatta e Rodrigo Silva, dois andreenses, juntos, revisitam o passado, discutem o presente e reinterpretam fatos de sua cidade, de seu país, de seu povo, de suas lutas e de suas próprias histórias, exercitando o poder político da arte e liberdade de pensamento.

Raízes Vermelhas revela semânticas ao sangue dos explorados, violentados, traídos e assassinados povos indígenas, africanos e tantos outros que ontem e hoje sofreram e sofrem com o descaso e menosprezo dos que se julgam poderosos, mas, que ainda assim, insistem em lutar e se manter fortes, como raízes, que embora ocultas, são a essência, sustentação e força de um povo.

Os signos visuais que se apresentam nos detalhes de cada obra, se complementam no grande painel, rumo a uma apoteótica expressividade revolucionária do que possa ou não ocorrer ao longo da história.

Em destaque, na imponência do painel, figuram signos como uma folha do documento intitulado Relatório Figueiredo que descreve as atrocidades e o terror vivido pelos povos indígenas. A evidente queda, embora simbólica, de um dos ícones bandeirantes, figura destacada num ponto central da tela, corroborada pela imagem do Paço Municipal da cidade de Santo André, confirmada pela arquitetura modernista de Rino Levi e pelo concretismo geométrico de Luiz Sacilotto, importante artista local. Enfim, detalhes semânticos, cores, gestos e formas se misturam num clima conflitante desenhando a insurgência deste painel.

Outras simbologias se destacam respectivamente nas obras individuais de cada artista, como a figura de um indígena no plenário, vestindo um traje social, desconstruindo a imagem fantasiosa deste povo. A cabeça do homem em fuga servida numa bandeja. A imagem desconcertante de uma figura feminina partida ao meio, vítima das violentas torturas e abusos do homem branco, e por fim, a representação do ambientalista e seringueiro Chico Mendes, outra vítima dos poderosos. Estes e outros pormenores, constroem e reconstroem histórias, possibilitando também ao leitor construir e desconstruir seus próprios significados, permitindo e provocando uma leitura pós-crítica, livre de dogmas,suscitando diálogos produtivos e discursos férteis."

. c u r a d o r i a . Milca Ceccon

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